quarta-feira, 29 de abril de 2009

NESTOR ROCHA

Em busca do Eu Lírico



Nascido dia 28 de agosto de 1974, o poeta Nestor Rocha teve contato desde sua primeira infância com os grandes nomes da poesia nacional e na segunda série já declamava poemas de Cecília Meireles, mas em sua adolescência que iniciou seus primeiros escritos.

Sua militância efetiva na arte foi com 18 anos e se intensificou quando começou a reunir-se com os amigos Genésio Martins de Castro Junior e Deco, formando a tríade Astromar. Um misto poético-coletivo elaborando poemas livres compostos a seis mãos.


A amizade estabelecida com Osvaldo Matsuda, Genésio Junior, Deco, Julio Cesar Costa, Renato Cavalheiro, Jehoval Junior dentre outros na cidade de Miracatu/SP, foi decisiva na viabilidade de expor suas produções na fase inicial da “Dissipação Visual” – ocorrendo mesmo antes que os próprios integrantes soubessem, pois a aproximação é um dos pontos vitais da “Dissipação Visual – nas muitas exposições, recitais e projetos executados com o grupo.

Sua primeira mostra poética ao público ocorreu em 1993 no varal de poesias da Exposição “Caminhos” em Miracatu e em um recital no mesmo evento onde o poeta Nestor Rocha pôde demonstrar suas poesias auto-declamadas versando sobre suas visões empíricas individuais.
Apropriando-se das várias mídias disponíveis e sob a influência da poesia visual começou suas composições poéticas sem perder o lirismo que vinha apropriando-se ao longo do tempo.

Sua grande obra de estréia intitulado “Vazio” lembra a linguagem do cinema, utilizando-se de cortes bruscos na busca da essência perfeita, alimentando-se de todo o vazio do mundo refletido em si próprio. Esse vazio remonta as várias formações e deformações da apropriação da escrita como um dos meios de extrapolação do indivíduo chegando à deterioração desorientada no nada. Um livro para ser lido sempre, pois sempre mostra um vazio novo e tão velho como o do passado-presente.


A partir de seu trabalho artesanal “Vazio” não deixou mais a poesia visual, mas agora focado no lirismo do Vale do Ribeira, partindo de si para um espaço mais amplo e ecológico. O próprio poeta Nestor Rocha define essa maturidade literária quando afirma que “meu lirismo é do Vale, vem do Vale do Ribeira”, num misto de satisfação com a visão e captação de sua identidade na alma da região.

Embora sua concepção artística de Vale do Ribeira seja algo em construção e fragmentado, reúne elementos novos e percebe com nitidez que as várias potencialidades artísticas e culturais convergem para maneiras diversas de artes entendendo-se muito mais como Vale caiçara, poético, sonoro e multifacetado.
Seus trabalhos atuais estão voltados à coleta de sons que estão no Vale, (vento, rios, cachoeiras, etc.) canalizando-as para a construção de uma linguagem poética que ultrapasse o papel e ganhe o CD – áudio, voltando na sequência para o papel onde por fim será transformado em seu próximo livro.


O foco do artista está voltado para a contribuição de uma linguagem própria do Vale do Ribeira, descortinando suas origens e essências naturais num desabafo existencial e individual para o clamor de várias linguagens locais. Assim é Nestor Rocha: resistente tal qual uma rocha e múltiplo tal qual o Vale do Ribeira que é feito de rocha, de Nestor Rocha!


Obras independentes do autor:


“Vazio” – 1999
“Fuja Corujas” – 2000
“Miracatu o poeta/ Miracatu os poetas” – 2000
Poesia na Teage – 2006
“Poemas Concisos” – 2007
CD “Poema Água” – 2007“Do Bruto ao Abrupto” - 2008

Conheça o Blog do poeta:

www.brutoabrupto.blogspot.com

2 comentários:

  1. Nestor Rocha é um dos mais talentosos poetas da nova geração do Vale do Ribeira.Vem militando nessa área desde muito jovem e insistentemente vem forjando sua poesia de forma original.Foi integrante do Movimento Dissipação Visual nos anos 90 em Miracatu ao lado de outros poetas e artistas plásticos e músicos.A cada dia Nestor se efetiva com uma produção poética consistente e capaz de dialogar com linguagens e espaços.
    Como a maioria dos artistas é ignorado e incompreendido em sua cidade, porém tem feito trabalhos por todo o Vale do Ribeira e já se firma como um dos poetas do Vale que mais dialoga com outros centros.parabéns Nestor pelo seu amadurecimento poético, Miracatu e o vale necessitam dessa resistência.

    Julio Cesar da Costa

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  2. Verdade Júlio, ser resistente no Vale do Ribeira requer esforços redobrados por conta da falta de apoio e de uma rotina cultural. Graças a Nestor, você, Matsuda, Genésio Martins de Castro Júnior e tantos outros que permaneceram no ideal de construção de uma identidade regional com bases sólidas, consegue-se ainda proporcionar cultura com eficâcia e com o foco voltado para a resultados

    Vocês fazem parte da alma do Vale!

    Parabéns!

    Nestor é um artista lutador! Luta e revisita suas verdades constantes-inconstantes e é uma personalidade única com virtudes artísticas estéticas cheias de descobertas contemporâneas. Ele consegue ser contemporâneo sempre!!!

    A "Dissipação Visual" começa a se efetivar novamente e se rever como movimento que persiste a incompreesão, a falta de apoio fortalecendo-se pouco a pouco afim de proporcionar arte e LUZ aos habitantes do Vale do Ribeira.

    Parabéns ao artistas de Miracatu.

    Vocês fazem parte da história da nossa cidade que é escrita por ações e não meras intenções.

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